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A girl's life

A girl's life

Setembro 19, 2016

Filipa Iria

Entrei na universidade em 2010. Já sabia o que me esperava em relação ás praxes. Uma das minhas irmãs já tinha concluído o seu percurso académico/vida académica. Fui com uma mente aberta sem qualquer pensamento negativo em relação às mesmas. Durante duas semanas inteiras o meu dia era dedicado aquela que iria ser a minha segunda casa e aquelas pessoas que iriam ser a minha segunda família. Durante o dia ouvi gritos. Sim ouvi muitos. Se me senti humilhada? Não. Assim como eu estava ali, sabia que há três anos atrás aquela pessoa que me estava agora a gritar tinha estado na mesma situação que eu. Que dali a três iria ser eu a ter os meus próprios caloiros. Fui praxada e praxei. Não fui humilhada e não humilhei. Tenho pena que nas noticias que vemos aí nunca mostrem as coisas boas das praxes. Porque as há. E muitas. Quando era caloira para além dos gritos e dos joelhos no chão, joguei ao "quem quer ser milionário", se eu quisesse responder, o carregar no botão era rebentar um ovo na cabeça do meu colega, e íamos trocando. (uau, que humilhação). Também tive direito a um escorrega de água/bowling em que eu era a bola e tinha de escorregar e os meus colegas eram pinos que tinham de cair. (uau, que humilhação). Também fiz uma viagem pelo pais, sem sair do sitio. Passei pelas praias do algarve e levei com areia (acucar amarelo), passei pela serra da estrela e levei com neve (farinha). (uau, que humilhação). Eu fui feliz durante essas duas semanas, não fiz o que não quis e se me tivesse sentido humilhada tinha sido a primeira a dizer "chega".

 

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 Passado três anos, praxei. Não humilhei nem obriguei ninguém a fazer o quer que seja. Eu e a minha turma tratámos das praxes com toda a responsabilidade que ela exige. As praxes tratam sobretudo de acolher. Muitos estudantes vêm de fora, não conhecem ninguém, não conhecem a cidade. E é aí que nós, académicos, entramos. Para dar a conhecer, mostrarmos-nos disponíveis e ajudar sempre que for necessário. Nenhum caloiro meu foi sozinho para casa, uma única vez. Brincávamos? Sim. Mas acima de tudo, sentiamos-nos responsáveis por eles.

 

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DSCF9009.JPGAcho que as praxes tem tudo para ser uma boa receção aos estudantes. Tenho pena que por culpa de uns não saberem praxar todos sofram as consequências. 

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