Nos jornais, nos telejornais, na internet. Em todo o lado encontramos, diariamente, noticias que nos apertam o coração. Mas, sabe-se lá porquê, na nossa cabeça, as coisas que lemos nunca nos aconteceram a nós. Dizemos nós, para descanso da nossa consciência. Porque normalmente estamos do outro lado, a ouvir, a ler, a receber a noticia.
Desta vez, aconteceu.
Uma queimadura de 2ºgrau apoderou-se do meu rosto.
Não sei explicar a sensação, ou melhor, a aflição.
Água a ferver.
Nunca, em ocasião alguma, tinha entrado em estado de pânico.
O medo de tocar na minha cara, o medo de sentir ou de não sentir.
Em dez dias, o meu rosto já passou por inúmeras fases.
O que senti e o que estou a sentir? Tem sido tudo tão rápido que eu não tenho tido tempo de pensar, de ficar deprimida, de chorar o céu.
Se dói olharmos o espelho e não nos vermos? ou vermos muito pouco de nós? Dói.
Mas já não dói quando vemos melhorias dia após dia.
A esperança que tudo vai ficar bem, é maior que todos os medos.
Aprendi que cada dia é um dia e que a paciência se tornou uma das minhas maiores virtudes.
E que estas coisas não acontecem só aos outros.