Dezembro 07, 2021
Filipa Iria
E ali, cruzaram o olhar pela última vez.
Depois de 40 ou 50 anos da primeira vez, suponho.
Como é que se diz adeus ao amor da nossa vida?
Não sei se foi o primeiro amor, mas claramente o último.
Nas juras de amor,
promete-se amar na saúde e na doença.
Mas e depois?
Quem cuida daquele coração enviuvado?
As marcas da velhice confundem-se agora com as marcas das lágrimas.
Uma vida, lado a lado.
Um amor que parte.
Um casa vazia.
Um prato na mesa, o cadeirão vazio, os chinelos de quarto continuam no mesmo sitio onde os deixou.
Na escola da vida quem nos ensina a ficar cá, depois do nosso coração partir?
Mas esta história não é minha.
São histórias dos outros.